Sergio Henrique Speri
Vivemos um tempo novo. Nova vida com a ressurreição de Cristo, novo Papa, novos
costumes, novas realidades, até mesmo um novo Brasil. Esse novo tempo traz como
uma de suas características a liberdade. Podemos afirmar que é tempo de
liberdade.
Mas o que é a liberdade e como aproveitar ao máximo dessa liberdade?
De maneira bem simples, podemos falar que liberdade é a condição daquele que é livre
para fazer o que quiser sem coação alguma, sem restrições. Em termos legais, a
liberdade tem essa mesma característica, porém desde que respeitada os direitos
dos outros. Podemos até parafrasear o dizer popular que diz que os nossos
direitos terminam onde começam os direitos dos outros e dizermos que a nossa
liberdade vai até onde não fira a liberdade do outro.
Partiremos, nesta reflexão, dessa liberdade legal, se assim podemos dizer, a
liberdade que respeita os direitos dos outros.
Podemos, erroneamente, imaginar que a liberdade é, antes de tudo, algo
conquistado pelo homem. Ainda que ele a tenha que conquistar em muitos casos
que não refletiremos aqui, ela é antes de tudo uma dádiva divina, pois foi Deus
que nos criou livres e foi Ele mesmo que enviou o Seu Filho Único para depois
nos libertar do pecado, do mal e da morte, resgatando em nós a condição de
liberdade com que Ele nos criou.
Poderia Ele ternos criando como “marionetes” e controlar toda a nossa
existência, mas preferiu nos criar livres.
De certa forma podemos dizer que a liberdade que Deus nos concedeu se assemelha
a liberdade legal falada logo acima, pois permitiu que fizéssemos tudo, pedindo
apenas que não feríssemos o Seu direito – se assim podemos dizer – e não
avançássemos à árvore do meio do jardim (conf. Gn 2, 17). Na verdade essa
“proibição” era para nos preservar, era uma “proibição” amorosa, semelhante a
que fazemos aos nossos filhos com relação às drogas, bebidas, etc.
Muitos defenderão uma liberdade total e irrestrita, sem essa “proibição
amorosa”. Deus é Pai. Qual é o pai que deixará seu filho, gozando de sua
liberdade colocar a mão fogo, tomar veneno, brincar com uma fera...? Nós pais
precisamos dar liberdade aos nossos filhos integralmente ou precisamos impor
limites?
Deus não nos criou para sermos “lançados” na Terra, à mercê da nossa sorte.
Deus teve um propósito ao criar a humanidade e são Paulo nos revela que esse
propósito é de “servirmos à celebração de sua glória” (Ef 1, 12). Não somos nós
que damos a glória a Deus, Ele já a tem, na verde Ele já tem toda a glória, mas
quis nos criar para, na celebração da Sua glória, nós sermos os servos e, se
não o fazemos, estamos contrariando a razão principal da nossa vida.
Encerrando esta brevíssima reflexão, respondo a segunda questão por mim
proposta. Aproveitaremos o máximo da nossa liberdade realizando o propósito da
nossa criação. São Paulo já nos falava que "tudo me é permitido, mas nem
tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa
alguma. Tudo é permitido, mas nem tudo é oportuno. Tudo é permitido, mas nem
tudo edifica". (1Cor 6, 12; 10,23)
Queres ser completa e plenamente livre?
O pleno gozo da nossa liberdade está em fazermos a vontade de Deus.
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