Sergio
Henrique Speri
Estaria a criança errada? Reflitamos juntos.
Onde
está Deus? Onde Ele mora? Onde Ele habita? Onde Ele fica? Muitos já fizeram,
fazem e ainda farão estas perguntas.
Vamos refletir um pouco sobre isso a partir da simulação de um diálogo entre um
adulto que insta uma criança a lhe dizer onde Deus está.
A criança com toda ingenuidade e sabedoria que lhes são peculiares responde sem
titubear: “Depende”. Querer que uma criança compreendesse o mistério da
Santíssima Trindade e o lugar onde Deus está seria muita ousadia. Mas, a esta
altura do diálogo, o adulto e talvez até mesmo você parou e tentou entender o
que a criança queria dizer com tal resposta.
“Depende de que”, pergunta o adulto. “Depende se você está falando do Pai, do
Filho ou do Espírito Santo” e continua “o Pai fica na cabeça, o Filho no
coração e o Espírito Santo nos ombros”.
É claro que logo lhe veio à mente e talvez também à sua, que a criança referia-se ao sinal do cristão, ao sinal da cruz. A criança entende a partir do concreto e para ela essa explicação é muito lógica. Mas seria somente por isso?
É claro que logo lhe veio à mente e talvez também à sua, que a criança referia-se ao sinal do cristão, ao sinal da cruz. A criança entende a partir do concreto e para ela essa explicação é muito lógica. Mas seria somente por isso?
Estaria a criança errada? Reflitamos juntos.
O Pai é a Pessoa Divina primeira a ser revelada e, desde o início da Sagrada
Escritura, aparece como Aquele que pensa, que determina, que cria. Aparece como
Aquele que é. Tudo existe a partir da sua vontade. Portanto relacioná-lo a
cabeça é muito natural.
O Filho é a Pessoa Divina que revela-se como Aquele que se doa totalmente por
amor e obediência ao seu Pai e por amor a todos os homens e mulheres, portanto
relacioná-lo ao coração também é muito natural, já que quando falamos de amor,
relacionamos esse sentimento ao nosso coração.
O Espírito Santo é a Pessoa Divina procedente do Pai e do Filho, que age em
nós, em nosso dia a dia, que nos cumula com seus dons para melhor podermos
servir, que socorre nossas fraquezas, que nos impulsiona ao amor, enfim que nos
ajuda a trabalhar, a agir. Relacioná-lo aos ombros, que permite a ligação entre
os braços e mãos (membros da ação) e o restante do corpo, também é muito
natural.
É claro que quando a criança respondeu a pergunta ao adulto ela não tinha claro
para si essa breve reflexão, ela apenas expunha o que pra ela era o obvio, a
partir do sinal da cruz que desde cedo aprendera a fazer.
Cremos que Deus é Uno e Trino. Cremos que Ele age, no que se refere a nossa
salvação, sempre trinitariamente, ainda que em certo momento possa transparecer
o protagonismo de uma das Pessoas da Trindade. Cremos também que Deus é
Onipotente e Onipresente. Cremos ainda que somos templos onde Deus habita. É
claro que cremos muito além disso, mas, por ora, basta-nos recordar e reforçar
isso.
Onde está Deus? Crendo que Deus seja Onipresente, podemos logicamente afirmar
que Deus está em toda parte, em tudo e em todos. Vale lembrar que a Onipresença
Divina não significa, de forma alguma, que todas as coisas sejam Deus, isso
seria Panteísmo.
O atributo da Onipresença Divina revela-nos que Deus está presente em cada
ponto do Universo, em cada uma das suas criaturas, em cada ponto da sua
criação, em cada um de nós.
Sem alongar mais a reflexão termino com a pergunta: estaria a criança errada?
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